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Panela
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Fotografado por Mayara Monteiro (2025)
69.03.147 - 2 MA
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Metadados
Miniatura

Nº objeto
69.03.147
Denominação
Panela
Denominação na língua materna
Autor (a)
Projeto
Exposição Redes, Saberes e Ocupações: 50 anos do MA/UFG
Categoria de classificação Berta G. Ribeiro
Origem étnica
Autoidentificação
Descrição
Panela gameliforme com boca e base circulares. A superfície interna é preta, enquanto a externa apresenta grafismos em vermelho e preto. A base da peça também é decorada, com grafismos nas cores branca, vermelha e preta.
Matéria prima
Data de entrada
14/11/1969
Estado de origem
País de origem
Modo de aquisição
Troca
Intermediador(a) interno(a)
Informações etnográficas
De acordo com Autaki Perí Wauja, co-curador da exposição "Redes, Saberes e Ocupações: 50 anos do MA/UFG":
"Segundo a mitologia Wauja, havia uma grande cobra, Kamuluhai, que vivia na cachoeira sagrada, chamada Kamukuwaká. Por ser muito grande, ela decidiu procurar um lugar profundo para morar e desceu pelo rio Batovi. Ao descer o rio, a cobra carregava nas suas costas panelas de variados tamanhos, que cantavam. Em sua procura por um lugar grande o suficiente para morar, ela continuava cantando "sou o dono do barro preto" e a cada lugar que parava, a serpente defecava. Suas fezes eram o barro preto (kamalu) e o cauixi (akukutai) - esponja que adere às raízes de certas árvores à beira dos rios amazônicos, usada na composição da cerâmica.
É assim a história do surgimento do barro preto ou cerâmica para o povo Wauja. É por isso que a sociedade Wauja aprendeu a produzir as panelas de barro e se tornou ceramista.
A panela de cerâmica é um grande utensílio de cozinha, que tem muita utilidade na preparação de alimentos e nos rituais. Ela também é usada como forma de pagamento pelos tratamentos de saúde realizados pelos xamãs/pajés e raizeiros. É nela que os Wauja fazem as suas comidas, como o caldo de mandioca, o pirão de peixe e o molho de pimenta com sal de aguapé, entre outros alimentos. É nela que produzem a tinta de urucum e carregam água do rio. A panela também é objeto de troca com outros povos do Alto Xingu.
As matérias primas usadas na produção da panela são o barro preto (kamalu), a esponja de água doce/cauixi (akukutai), o barro vermelho (totepe) - que serve para deixar as panelas vermelhas e mais bonitas - e água."
Estado de conservação
Regular
Observações sobre o estado de conservação:
Apresenta lascamentos pontuais nas superfícies interna e externa, bem como desgaste e desbotamento das camadas cromáticas.
Observações gerais
Este artefato foi exposto no Módulo 3 da exposição "Redes, Saberes e Ocupações: 50 anos do MA/UFG".
Fotografado por Mayara Monteiro (2025)
Assistentes de fotografia: Lucas Yabagata (2025)
Edição de imagens: Mayara Monteiro (2025)
Referências
Documentação comprobatória do ano de 1969 e dossiê museológico do objeto.
MOTTA, Dilza Fonseca da; OLIVEIRA, L. Tesauro de Cultura Material dos Indios do Brasil. Rio de Janeiro, Funai/Museu do Índio, 2006.
NETO, A. B. A cerâmica wauja: etnoclassificação, matérias-primas e processos técnicos. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, n. 15–16, p. 357–370, 14 dez. 2006.
RIBEIRO, Berta Gleizer. Dicionário do artesanato indígena. Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
Situação
Localizado
Condições de reprodução de imagem
Para utilização das imagens é obrigatório a citação do autor da fotografia (informação no campo “Observações gerais”) e a propriedade do Museu Antropológico. Exemplo: Foto de ............. - Acervo Museu Antropológico/ UFG. O MA/UFG não se responsabiliza por edições e usos que venham a difamar a propriedade intelectual da imagem.