-
Marcolina Martins Garcia
- Voltar
-
-
“Curso de Aperfeiçoamento sobre Métodos e Técnicas Arqueológicas”, realizado na UFG, em Goiânia, entre os dias 5 e 12 de dezembro de 1972. Ministrado sob a coordenação do Prof. Igor Chmyz, do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná Curso Aperfeiçoamento em Técnicas Arqueológicas
-
Série Documentos n 5 MA_UFG 2011 - Entrevista
-
-
“Curso de Aperfeiçoamento sobre Métodos e Técnicas Arqueológicas”, realizado na UFG, em Goiânia, entre os dias 5 e 12 de dezembro de 1972. Ministrado sob a coordenação do Prof. Igor Chmyz, do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná Curso Aperfeiçoamento em Técnicas Arqueológicas -
Visita a casa de Goiandira do Couto na companhia do Profa. Acary de Passos Oliveira, na Cidade de Goiás, em 1972. D2024.08.21 frente -
D2024.08.37 frente Visita ao Frei Simão Dorvi, em companhia do Prof. Acary de Passos Oliveira, no Convento de Nossa Senhora do Rosário, na Cidade de Goiás, em 1972. -
D2024.08.38 frente Visita ao Frei Simão Dorvi, em companhia do Prof. Acary de Passos Oliveira, no Convento de Nossa Senhora do Rosário, na Cidade de Goiás, em 1972. -
Profa. Marcolina Martins Garcia e a museóloga Mayara Domingues Monteiro, recebendo cinco cobertas para doação ao acervo etnográfico do Museu Antropológico (2025) Entrega de doação à Museóloga Mayara Domingues -
Livro Divisão Regional para o estudo e defesa do Folclore no Estado de Goiás -
Livro Tecelagem Artesanal Marcolina M Garcia -
Série Documentos n 5 MA_UFG 2011 - Entrevista
Metadados
Miniatura
Apresentando...
Marcolina Martins Garcia
Sobre
Marcolina Martins Garcia é uma pioneira do Museu Antropológico (MA/UFG). Sua relação com o Museu se iniciou durante sua graduação no curso de Geografia da Universidade Federal de Goiás, realizado em meados da década de 1960. Neste momento, junto com Edna Luísa de Melo (Edna Luísa de Melo Taveira), integrou o grupo coordenado pelo Prof. Acary de Passos Oliveira, responsável pela coordenação das ações de criação do Museu. Em muitos momentos, ao revisitar sua história, Marcolina evidencia o período de criação do Órgão.
“Era uma idéia! Enquanto aluna da Universidade Federal de Goiás, quando fazíamos o curso de Geografia e História, nós tivemos a oportunidade de visitar o Parque Nacional do Xingu com o professor Vivaldo [Vieira] Silva e o professor Acary de Passos Oliveira, quando o Museu era apenas uma idéia que estava na cabeça de algumas pessoas da Universidade, e mesmo de fora da Universidade, como é o caso do professor Acary. Nessa época, também o professor Juarez Costa Barbosa era um defensor dessa idéia, da necessidade de criação de um espaço em que os alunos da área, principalmente do curso de Ciências Sociais e também da área de História, tivessem como desenvolver uma atividade prática, uma atividade que não fosse apenas repetitiva, teórica, dos livros. Então, enquanto aluna, em 1968, nós estivemos no Parque Nacional do Xingu e eu era monitora do Professor Vivaldo. Depois, já pertencente à Universidade, eu estive lá novamente, para fazer uma pesquisa e coleta de material com o professor Vivaldo, para um trabalho dele que era, se não me engano, sobre a organização social entre os índios do Parque Nacional do Xingu, principalmente os índios Waurá. E aí nós já coletamos algum material para o Museu Antropológico, já dentro dessa idéia de realização, de concretização deste”. (MUSEU ANTROPOLÓGICO SÉRIE DOCUMENTOS N.5, 2011, p.78).
Pouco tempo depois, no início dos anos 1970, Marcolina passou a integrar o corpo docente do Departamento de Antropologia do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UFG. Durante toda a sua trajetória profissional, até a sua aposentadoria, em 1992, manteve profunda relação com o MA/UFG, contribuindo para o fortalecimento dos projetos ligados ao estudo da cultura popular e para a aproximação entre o Museu e sociedade, por meio de projetos desenvolvidos em escolas goianas, no cerne do Projeto “Educação Básica, uma proposta de integração: Museu Antropológico/Ensino de I Grau”.
Em 1972, em meio a uma série de viagens para mapeamento de manifestações culturais goianas, elaborou e publicou, com a Profa. Judite Ivanir Breda, a “Divisão Regional para o Estudo e Defesa do Folclore no Estado de Goiás”.
Marcolina realizou, ainda, um detalhado estudo etnográfico sobre tecelagem artesanal, materializado em sua dissertação de mestrado, defendida na USP, posteriormente publicada com o título “Tecelagem Artesanal: estudo etnográfico em Hidrolândia – Goiás” (Editora UFG, 1981). O acervo decorrente deste estudo foi doado ao MA/UFG, o que promoveu uma diversificação nas coleções salvaguardadas pelo Órgão, até então especializado em acervos indígenas. Cobertas, teares, fusos, rodas, caneleiros, linhas e tecidos compõem este rico acervo, que se junta a muitos outros objetos e a um vasto conjunto de documentos como marca da atuação e das contribuições de Marcolina Martins Garcia para a criação, consolidação e crescimento do Museu Antropológico e do conhecimento das manifestações culturais da região central do Brasil.
Marcolina desenvolveu, também, projetos que tinham como objetivo aproximar a sociedade do Museu, sobretudo os estudantes. Entre esses projetos, destaca-se o "Projeto Educação Básica: Museu Antropológico-UFG/Escola Estadual Professora Olga Mansur", realizado durante a década de 1980.
Recebemos a Profa. Marcolina em uma tarde quente de setembro. A visita e a entrevista não puderam ser planejadas e produzidas de maneira mais profissional. Ainda assim, foram momentos ímpares que dimensionam seu afeto pelo Museu, seu entusiasmo por suas pesquisas e sua generosidade em compartilhar memórias. Sua trajetória se confunde com a própria história do MA/UFG, e tê-la conosco, revivendo passagens marcantes, é também um gesto de reconhecimento e gratidão. Marcolina nos lembra que instituições se fazem de pessoas, de suas ideias e da paixão que imprimem no que constroem — e o Museu Antropológico é, sem dúvida, parte viva daquilo que ela sonhou, ajudou a erguer e continua a inspirar.
Alguns termos e expressões empregados pela entrevistada não são mais utilizados na antropologia contemporânea, mas foram mantidos para preservar a integridade do relato. Essa escolha permite não apenas reconhecer a trajetória pessoal e intelectual da pesquisadora, mas também refletir sobre as transformações teóricas, éticas e socioculturais que marcaram o campo antropológico ao longo das décadas.
Entrevistador
Ana Cristina de Menezes Santoro
Data da entrevista
23 de setembro de 2025
Local da entrevista
Museu Antropológico - LaCRAP
Observações
O "Lar Cedro", mencionado durante a entrevista, é o local atual de moradia da Profa. Marcolina. Para que pudesse se deslocar até o Museu Antropológico, a Profa. Marcolina adiou uma atividade de contação de histórias que realizaria naquele dia. É este o fato que menciona em sua fala.
O acervo etnográfico decorrente da pesquisa sobre tecelagem artesanal compuseram a exposição de longa duração do MA/UFG, Museu: expressão de vida.
No dia da entrevista, Profa. Marcolina doou cinco cobertas de tecelagem artesanal produzidas entre as décadas de 1960 e 1970. A doação foi documentada pela museóloga Mayara Domingues Monteiro.
O acervo documental decorrente de suas pesquisas forma a Coleção Marcolina Martins Garcia (D2025.07) e pode ser consultado junto ao Acervo Arquivístico, no site do Museu Antropológico.
Responsável
Ana Cristina Santoro






